domingo, 15 de agosto de 2010

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Um poeta foi preso. Tentou descrever sensações e estas tornaram-se indescritíveis, segundo decreto do presidente do mundo, há 4 dias. Também, não se pode mais rimar, tampouco versar palavras desencontradas. Os senhores das letras sentem-se inócuos. Cartas escritas à mão com a serenidade de um bom dia acumulam-se nos quintais. Não existe mais qualquer música, apenas um amontoado de notas. Que triste fim para os poetas. Alguns inclusive tratam de conseguir clientes em suas novas farmácias; creem que, assim, poderão salvar tantas vidas quanto com uma estrofe. Os poetas se vestem de branco, e já não assinam com essa profissão. Vestem branco e não são pais-de-santo, vestem branco e vendem remédios. Branco.




..."

5 comentários:

Sara disse...

Ira, adoro suas palavras...
Sabe que me sinto doente todos os dias, ao fim do expediente exausta, tendo ainda obrigações a cumprir, mas com o desejo preso de só escrever e descrever, mas tendo que ficar entalada, simplesmente porque não posso, simplesmente porque há um sistema que não me permite ser eu, ser palavras e sim apenas mais uma de camisa engomada, e sapatos altos, quando na verdade prefiro é ser uma descabelada que enxerga e vê e conta a quem crê e não crê...mas seguimos...1 abraço!!!

KK disse...

Bem vindo de volta, caro amigo. Vestiremos o branco das mil cores, da profusão de palavras, dos raios solares, da enlevação... E se nada disso se sobrepujar ao caos , black is beautifull! beijos.

LetysKiss disse...

Coisa boa é fazer o que se gosta Mesmo quando isso não acontece não se pode abandonar, é uma maneira de fuga, um desabafo...

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Seu profissionalismo com a escrita me impressiona...quero ser assim qdo crescer...magrelo!
bj

Documentário Parque Estadual Serra do Mar Núcleo São Sebastião

Como diz o samba do Salgueiro de 2024, "falar de amor enquanto a mata chora é luta sem flecha da boca para fora".