sexta-feira, 31 de julho de 2009

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Está começando. De novo. Mais uma vez as flores parecem querer nascer, em pleno outono. Não seria forçar uma situação pelo medo de se estar só? Pode ser. Mas a gente não se importa com isso, é apenas o início de mais uma desilusão. Busco essa certeza na mesma bula dos outros remédios, remédios semelhantes, remédios que não tratam, não curam, apenas amenizam a dor para que se possa morrer em casa, ao lado dos dois filhos. Onde estaremos no ano que vem? No mesmo lugar, a menos que busquemos o verdadeiro significado do amor. Um amor informal, atemporal, que soma, auxilia, prepara, cuida. Um amor que não necessita de dois gêneros, mas que quando for atingido, estes se encontrarão e caminharão por alguma calçada. Talvez dêem as mãos, a esquerda com a direita, mas se não derem ainda assim estarão felizes. Afinal, a vida que compensa é a da felicidade. E esta se alcança, facilmente, com o amor.











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Foto: Ro Lacerda

sábado, 25 de julho de 2009

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Sabe o que dói mais? Não é a falta que faz andar encostando os anéis, tampouco não te entregar aquela flor que peguei hoje. Não ter você me esperando quando chego de viagem, não ter o jantar naquela segunda-feira de frio, nada disso me machuca tanto. O que mais aperta o meu peito e faz com que eu tente mudar meu pensamento é saber que você está certa; eu não a amo como digo, consigo viver, tranquilamente, sem você e, pior, prefiro assim. Mas por que jurar tanto? Medo de te perder. Egoísmo por não querer ver a sua graça com outro alguém. Pretensão por imaginar que ninguém pode ser feliz longe de mim. Pequenez por querer fazer do meu quintal o seu mundo. Tenho pena de mim por ser assim, mas eu não me escuto, e estou, seguramente, fadado à solidão. É uma pena, pois te amo tanto.
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domingo, 19 de julho de 2009

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No instante que imagino que vou morrer penso que preciso te dizer que se aquele fosse meu último instante, queria que estivesse comigo. Que se tivesse 10 segundos até a última respiração, gastaria todos pensando em você, lembrando do quão singular são seus traços, estes pelos quais me apaixonei. Não pensaria no meu arrependimento que cultivo desde o último dia em que a vi e não te disse nada do que gostaria de ouvir, mesmo sabendo que eu teria muitas verdades das quais sorriria. Não imagino que estou longe, que estamos longe, que está tão mais perto do que Marrocos. Mesmo tão perto não te dei nenhuma flor. Mesmo tão perto, fiz parecer tão longe, e se os espaços dados por estas linhas fossem mais apertados, talvez conseguisse chegar mais perto de você, e, sem jurar nada, dizer tudo, sem utilizar uma só palavra. Não tenho mais tempo.














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Foto: Bruno Rocha
Apoio: Naia O.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

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Hoje eu te entendo. Quando disse que em um encontro coisas boas voltaram à lembrança, e que pôde ter a certeza, mesmo que por um dia e meio, que sua alma estava longe. Encontrou-se dentro de uma Xangai. A vida por vezes nos leva a países onde não podemos sequer desejar um bom dia. Tenhamos grandeza para enxergar que no céu há tantas estrelas que nos perdemos ao contá-las. Apaguem as luzes da rua, das casas, preciso encontrar o caminho para te levar de volta para casa. Traga seu amor, seu sonho, não pense que eles não podem mudar o mundo. Lembre-se dos desejos de menina, hoje você é mais forte, podemos alcançá-los. Precisamos do seu amor para que a luta não tenha armas, apenas corações. Ame todos, todos os dias. O jornaleiro sorrirá.





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Foto: Marina Vaz

domingo, 5 de julho de 2009

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Como pode ter saudade de quem nunca mais se viu? Como pode existir um sentimento que sente-se tão grande, esmagado contra o peito, sufocado por uma rotina dilacerante, encostado na porta ao lado? Como tememos um futuro que não conhecemos, e que, contraditoriamente, pecamos pela falta de ação para que ele se torne agradável? A vida não é como queremos por falha nossa. O mundo não é um lugar melhor para se viver por responsabilidade daqueles que possuem inteligência e não a utilizam. Todos nós. O cotidiano sente falta do amor, e não o exercitamos. As pessoas se afastam mais a cada dia, ao contrário da necessidade da aproximação. A natureza ainda é alvo de, loucos, gananciosos, limitados, limitados sem dúvida. Deveríamos ter mais hortas em nossas casas. Ter menos desperdício de energia em nossas vidas. Menos geração de lixo, menos consumo irresponsável. Mais amor. Mais amor. Eu sinto que amo.


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Documentário Parque Estadual Serra do Mar Núcleo São Sebastião

Como diz o samba do Salgueiro de 2024, "falar de amor enquanto a mata chora é luta sem flecha da boca para fora".