sábado, 31 de janeiro de 2009

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O mesmo mar que sacode balança minha vida.
Ferro quente, minha cabeça trabalha sem folga.
O futuro nos reserva apenas ele próprio, nada a mais. Vivamos!
Vamos encontrar o vagão do amanhã e ver se paramos:
no Paraíso do amor,
ou na Consolação da perda,
Perfumes encantam, o seu hipnotiza.
Flores deslumbram, mas você é a mais linda que há.
O carro está partindo sem meu coração.
Será que devemos esperar?
O mar segue balançando.
De repente percebo que só escrevo sobre isso.
Não me espanto.
Só gostaria de poder te olhar, e amar e amar.
E o mar? Continua sacudindo, não se importa com pequenos poetas.
Ele também só gostaria de poder te olhar. E amar.






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sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Mali

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. Como se chama aquele sentimento que não merece nem ter um nome? Aquele onde as horas ao mesmo tempo em que parecem não correr para o próximo encontro, tem a velocidade contrária desde o último. Não consigo ver a beleza do nascimento da flor se não a tenho comigo. Exagero? Exagero é não passar uma vida com você. Exagero é não poder ter o seu sorriso, sua grandeza, sua simpatia. Também sua rispidez, sua explosão, sua impetuosidade, sua pequenez, sua humanidade. Quando penso no mundo como um lugar melhor, sempre me vem à cabeça. E quando estou a ponto de gritar no silêncio do meu quarto quase escuro, sufocado pelos dias, me lembro do nome da primeira frase. Eu sofro é de saudade..
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Foto: Marcelo Abate

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

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Um medo tomou conta da minha alma;
medo de acabar o mundo.
Se assim o fosse não teria a oportunidade de te dizer
o quanto é especial na minha vida, na vida de todos.
Já te disse, mas não com a seriedade de um guerreiro,
o quanto amo o seu espírito,
o quanto amo seu sorriso,
o quanto amo sua mão.
Mas o oposto também.
Há ódio na calçada.
Odeio estar longe,
odeio me despedir,
odeio o tom da vida quando não estou ao seu lado.
Mas, hoje, especialmente, odeio te amar tanto.
Não há saída?
Vamos dar às linhas a tristeza do coração.



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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

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Que bom que é tê-la por perto. Por onde você andou todo esse tempo? Agora eu sei o que me trazia a sensação de faltar alguma parte. Como podem milhões de pessoas viverem sem o seu sorriso? Deve ser este o motivo de se haver tanta infelicidade, ainda, a falta que você faz aos micro-mundos, aos mundos, ao mundo.
Existem momentos quando estamos juntos que gostaria de tê-los, sempre, nos meus dias. Quais? Todos eles, dos mais simples aos mais carinhosos, do encontro à despedida; até nesta há uma graça singular.
Ainda hoje, como sempre foi, o tempo anda mais lentamente quando te encontra. Até ele já percebeu que você não é mais uma moça na Avenida Paulista. O dia em que a vi pedi para ele me ajudar, para que um momento pudesse durar por mais tempo. Ele não me escutou, estava preso a você. O compreendo.
Durmo com o plano de inventar a flor mais linda que já existiu, em todos os momentos, e acordo com ela na minha cabeça, e as palavras se repetem, e o nome acompanha, e me pego cantando este nome, amor, amor, amor...


Foto: Marcelo Abate
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segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

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Mais uma vez você me deixou anestesiado. Como pode uma pessoa ter esse poder? Se tento evitar, que coisa ruim. Dentro de mim a máquina não me deixa escolha: ame! Ela é impiedosa e geralmente escolhe alguém que está tão longe... Seu combustível parece ser noites acordado, pratos cheios, mentes vazias, olhares sobre paredes brancas, sonhos e sonhos. Acordados ou dormindo. Versos desalinhados tentam traduzir a dolorida sensação. Quanta pretensão. De repente nos vem à luz momentos singulares, ao lado de quem se ama. Contudo, eles logo se acabam e ao amor se fixam a solidão e a dúvida. É o momento da decisão, a vida nos cobra isso. Mas, será que vale o risco? Pena que não. Mas vou continuar te amando, sozinho, em silêncio, às vezes com frio, mas nem sempre. E te amando, e amando, a mando da máquina que ainda funciona ao ritmo de um blues alucinante.






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domingo, 25 de janeiro de 2009

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Acordei com você na minha cabeça. Ontem, hoje e espero que amanhã. Meu dia está completo, te tenho comigo, mesmo sem estar. A moça me olha e sorri. No rádio começa a música mais linda. O verde está especialmente bonito. Não há ódio, rancor, tristeza. Ao contrário, há você. Como será quando não tiver? Tudo será menos laranja, vermelho, cor-de-rosa. Marrocos já não parecerá tão belo. E continuarei amando, e cantando, e sonhando, e amando.
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sábado, 24 de janeiro de 2009

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De repente me descubro com um novo sentimento. Ou seria uma sensação? Não importa neste momento, na verdade. Não sei como chegou, mas esmagou-me o peito. Lágrimas teimavam em tentar fugir, mas enfrentaram uma dura barreira. Qual o motivo? Estava tudo lá, somente. Como aperta a alma, como apertou. Alguém conhece o amor? A paixão? Quem nunca mordeu a cama de saudades? E a alegria de descobrir uma saída? O sufocamento de uma sala que percebe ser em sua casa, mas já não se vê mais nela. Querer alcançar a mão de alguém e esta não estar mais lá. Olhar para aquele pôr-do-sol laranja e rosa e não conseguir enxergar Marrocos ali. Questionar a inteligência do gênio, temendo pelo desperdício. Ter a visão do todo novamente, mas recear que ainda o seja muito pequeno. O que será da vida se ninguém pegar um vagão diferente no metrô? Misture tudo isso. Ainda seremos pegos? Não se houver sempre o amor, por tudo, por todos.



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Foto: Celso Abate
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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

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Estou com medo de fechar os olhos. A realidade que criei para a minha vida me conforta. Não me importo que não seja a verdade. Porém, ao deixar minha mente trabalhar sou apresentado aos fatos como estes verdadeiramente nasceram. Como posso suportar isso? Sou tão fraco... Não quero mais dormir, a saudade me consome as últimas células vivas. Que será de mim quando todas se forem e eu me encontrar exatamente no centro de um mundo que desconheço? Alguém que passava por aqui, neste momento, sussurou: viverá, meu desconhecido. Viverá.


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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

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Posso ir me deitar?
Como posso?
Ainda não te vi. Nem hoje, e nunca.
Não sei se sou capaz de ser tudo o que você merece.
Prometo tentar.
Estou tentando.
A máquina da rotina me esmaga uma mão por dia.
Na manhã seguinte já estou com uma nova.
Não imagino meu café-da-manhã sem você.
Sei que posso, mas não quero imaginar.
Uma flor perfuma todo o bairro,
É você que sorri.
De repente percebo: não a encontrarei quando voltar.
Se foi. Não fui capaz.
Mas sou capaz de amar!
Não é o suficiente, parece.
Daria-te todas as minhas lágrimas se ainda as pedisse.
Cantaria suas músicas.
Desceria as escadas com você em meu braço.
Agora não mais.
Mais ninguém.
Para mim ou para você.
Mas a vida é...
Temos que tentar.
Alguém te amará como eu?
Provavelmente não. Mas não importa.
Uma música repete e toca insistentemente.
Tocará para sempre.
Mas pode-se não ouvi-la. Quem quer?
Eu. Eu? Sim, eu.



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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

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Eu esperava apenas palavras, mas não pôde dizê-las.
Não existe um culpado por não amar, mas sim, por não dizer.
Diz-me!, assim não te espero na escada. Ou te espero?
Vou contar: vai doer saber, mas eu prefiro.
Saber que não me acorda como eu o faço.
Saber que meu carinho não te deixa arrepiada.
Pensar que meu caderno não terá seu nome.
Mas obrigado por me apresentar ao amor.
Prefiro amar, te ligando todas as vezes em uma noite e não ter resposta.
Te pedir para me escrever, e esperar por isso, mesmo sabendo que não. Que nunca. Que já foi. Que tchau. Que te amo. Que te amo.







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terça-feira, 20 de janeiro de 2009

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Me sinto com a inexperiência de um velho no fim da vida. Confusões de sentimentos varrem minha mente, e, pior, meu coração. Uma mistura de alegria do encontro e tristeza do partir, medo de estar apenas uma vez ao contrário de toda uma vida. Os objetivos de um não concordam com os da outra. Não estou em quase nenhum dos seus planos. Só os da semana que vem. Não me enxergo mais sem ter você no meu café-da-manhã, mas duvido se suporto um minuto a mais disso. O meu peito está cheio, quase explode, tamanha angústia. As flores já não aparecem em tantos sonhos. Ao menos não a mais bela. Acordado a vejo em outros jardins. Quanto egoísmo, se pudesse mudar o mundo começaria por mim. Tiraria esse amor que tanto me consome, que tanto me faz sonhar, que tanto desejo, que tanto tenho pela metade, que tanto gostaria, que tanto me fez mudar em um dia e me tranformou na melhor pessoa, que tanto, que tanto. No dia seguinte já não era mais eu. Me viro para esta estrada que me leva a outra vida que não é a minha. Sigo por um caminho que tem como combustível apenas o amor, este que sempre imaginei ser o mais seguro meio para se chegar à felicidade. Triste impressão. Ao menos amo. Não como gostaria, mas amo. Seria o suficiente? Não sabia, hoje sei, amanhã também. Também? ...


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Documentário Parque Estadual Serra do Mar Núcleo São Sebastião

Como diz o samba do Salgueiro de 2024, "falar de amor enquanto a mata chora é luta sem flecha da boca para fora".