quarta-feira, 10 de junho de 2009

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E te digo: quando for para amar, faça-o como desde o início. Cuide de si e do outro, e do amor, e do amor, para que não se transforme em um filme de Wood Allen. Não se permita querer não estar ali. Não deixe que controlem sua vida como se fosse a maneira correta. Não é. Pense em dizer isso à televisão. Ou melhor, não tenha uma. Seja crítico. Tente fazer algo para mudar, não a sua vida, mas a vida. Cobre honestidade. Se indigne com corrupção, corrupções. Deite à noite sabendo que a Amazônia será sempre do mundo, será sempre verde. E seu amor, ao lado, será da cor que você quiser, não necessariamente vermelho, ou cor-de-rosa. Não há problema algum em ir a um casamento com o vestido errado, pois não há vestidos corretos, mas preconceitos, estes, sim, errados, sim sim. Vá com um tecido que exercite sua coragem. Siga de ônibus até Brasília e faça uma vigília contra o que achar que pode mudar a vida do menino que você viu, ao caminho da rodoviária, tentando te enganar com um drops para comprar, não comida, como ele disse, mas qualquer outra coisa. E desde o início, desse texto e da vida, ame tudo o que fizer para o bem. Pegue o sentimento que recebia quando tinha 1 mês de vida e replique-o, na mesma dose, para o mundo. Servirá para que consigamos salvá-lo. Andemos menos de carro, saiamos mais de casa, discutamos mais nas esquinas, intentando encontrar a saída para os problemas da sua rua, do seu bairro. Busque a visão macro do problema, e nunca desista. Não cuide da vida individual, não tenha essa pretensão. Enquanto estiver preocupado com o mundo não sobrará tempo para futilidades. Ouça sua família, ou seja, seus amigos. Ame todos. Sinta-se culpado pelo que realmente faz de errado. Somente isso.
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Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei desse texto. Ele é vida, e mostra a vida, com os erros e acertos e arrependimento. Percebo que, atualmente, não é mais permitido nos setirmos arrependidos ou culpados, mas isso existe e não é feio.
Só discordo, quando escreves "Cuide de si e do outro, e do amor, e do amor, para que não se transforme em um filme de Wood Allen.", pois pode-se ser divertido, até com amor, comédia e tragédia e as dualidades que temos-somos-vivemos. (Ok, ninguém pediu meu palpite, mas não resisti, com todo respeito).
Este teu texto entrou pela minha janela brilhante como brisa leve e pura.
abraço!

Documentário Parque Estadual Serra do Mar Núcleo São Sebastião

Como diz o samba do Salgueiro de 2024, "falar de amor enquanto a mata chora é luta sem flecha da boca para fora".