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"A minha está esvaziando. Li que para se tomar outro chá a xícara precisa estar vazia. Pois bem, cá estamos, esvaziando xícaras em doses mais lentas que o necessário, porém, esvaziando-as. As xícaras da rotina, certamente. Das canções pobres, também. Para os sambas ricos, procuramos sempre xícaras maiores e mais fundas; a minha já está como o novo Maracanã. A saudade é que se cheia todos os dias um pouco mais. Ela é danada e nos faz perceber o quão humanos somos, e o quanto é maravilhosa essa condição. Vou seguir em minha busca, todos os dias, até que as xícaras sejam todas de porcelana."